Hoje, dia 30 de janeiro, é comemorado o Dia do Quadrinho Nacional (não confundir com Dia Nacional dos Quadrinhos).
A data foi estipulada em 1984, quando a Associação dos Quadrinhistas e Caricaturistas de São Paulo (AQC) realizou uma pesquisa na Biblioteca Nacional
(Rio de Janeiro/RJ) e verificou que nosso país era pioneiro na
publicação dessa linguagem com aquele que é considerado o primeiro
quadrinho brasileiro: As aventuras de Nhô-Quim ou Impressões de uma Viagem à Corte, do italiano radicado no Brasil Angelo Agostini.
Hoje em dia, a produção nacional é
grande, e há vários lançamentos de muita qualidade saindo tanto por
editoras como de forma independente.
Para celebrar a data, a equipe do Universo HQ
traz indicação de 15 quadrinho nacionais para serem lidos, e aproveite
para procurar e descobrir ainda mais trabalhos de autores nacionais.
Participe deixando a sua indicação nos comentários!
Sidney Gusman
Você é um babaca, Bernardo (Mino)
– Retrata a vida monótona de um cara que vê tudo mudar ao conhecer o
grande amor de sua vida. O grande destaque é a narrativa, a brilhante
forma de contar a história que Alexandre S. Lourenço encontrou.
Matadouro de unicórnios (Veneta) – Um escritor em crise é chamado para melhorar (sem crédito) a biografia de um assassino em série. O problema é que ele surta e também passa a matar pessoas em sequência. Belo trabalho do Juscelino Neco.
Culpa (Ugra) –
Numa HQ de apenas 20 páginas, Cristina Eiko mostra a história singela e
dolorida de um irmão que se morde de inveja quando vê seu pai elogiar
sua irmã mais nova. Um quadrinho lindo, que encanta e machuca ao mesmo
tempo.
Reparos (independente) – Eunice
é uma menina inventiva, que adora consertar coisas. Um dia, seu foguete
cai no vizinho e a vida dela muda pra sempre, e ela descobrirá que nem
tudo pode ser reparável. Trabalho emocionante de Brão Barbosa.
Lavagem (Mino):
Um casal vive isolado num mangue. Ela, analfabeta e temente a Deus.
Ele, descrente, passa o tempo com os porcos. Um dia, um “homem de Deus”
surge e transforma suas vidas. Um incrível terror psicológico assinado
por Shiko.
Samir Naliato
As aventuras de Nhô-Quim & Zé Caipora – Os primeiros quadrinhos brasileiros 1869-1883 (Livraria Senado Federal)
– Como tudo começou! Considerado o primeiro quadrinho brasileiro, essas
tiras de Angelo Agostini começaram a ser publicadas no jornal Vida Fluminense,
em 1869, e conta a história de Nhô-Quim, um caipiria que se muda para o
Rio de Janeiro, na época capital do Brasil Império. Esta edição pode
ser comprada no site da Livraria Senado Federal, que também disponibiliza a edição gratuitamente para download.
Estórias Gerais (Independente) – Wellington Srbek e o mestre Flavio Colin (já falecido)
contam a história de um jornalista no meio da disputa de bandos rivais
no interior de Minas Gerais e os “causos” que os cercam. Uma edição
cheia de temas brasileiros.
Luzes de Niterói (Veneta) – O mais recente trabalho de Marcello Quintanilha, vencedor do Festival de Angoulême por Tungstênio.
Um jogador de futebol, Hélcio, e seu amigo, entram em uma malfadada
aventura nas águas da Baía da Guanabara às vésperas de uma importante
partida contra o Vasco da Gama.
Diomedes (Quadrinhos na Cia.)
– Seminal obra de Lourenço Mutarelli, a edição reúne a trilogia
do azarado detetive particular que dá nome à obra na investigação do
desaparecimento do mágico Enigmo.
Angola Janga (Veneta) – Importante obra de Marcelo D’Salete que venceu o Prêmio Jabuti em 2018.
Conta a resistência dos negros à escravidão no Brasil, a criação de
Palmares e seu maior líder, Zumbi, que inspirou a criação do Dia da
Consciência Negra. Trabalho essencial, que deveria ser conhecido por
todos e de grande relevância histórica. Inclusive, foi aprovado no
edital do Plano Nacional do Livro Didático Literário (PNLD Literário) para ser adotado em escolas.
Marcelo Naranjo
Bando de Dois (Zarabatana)
– Faroeste brasileiro em quadrinhos , com bandidos, explosões, correria
e muita aventura. Dois cangaceiros contra o mundo, literalmente.
Trabalho empolgante e divertido de Danilo Beyruth.
A Vida de Jonas (Zarabatana)
– Um ex-alcoólatra em recuperação, suas amizades, problemas, pessoas
que partiram, solidão. O personagem é retratado como uma marionete, o
que causa grande impacto. De Magno Costa (roteiro e desenho) e Marcelo
Costa (arte).
Dora (Mino) – Uma trama assustadora sobre uma menina, sua mãe, e as coisas que fazemos para proteger os nossos. De Bianca Pinheiro.
Opala 76 (Quad)
– Um Opala antigo, um passado algo nebuloso e um acerto de contas.
Tiros, pancadaria e violência nessa ótima HQ de Eduardo Ferigato.
Jeremias – Pele (Panini)
– A luta contra o preconceito numa HQ sensível e certeira de Rafael
Calça (roteiro) e Jefferson Costa (arte). Impossível não se emocionar.